sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Seu D.

.
Pouco me importa sua boca pródiga em palavrões ou as vezes em que socou um vizinho e quantos puteiros freqüentou. Dele ainda em mim carrego somente a firmeza do azul por trás dos óculos muito espessos e a candura de quando punha a mão em meu ombro e me chamava de nego.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

CL

Linhas de chocolate, fios de chocolate amolecido em paralelas. Um palito de dente corta transversalmente criando uma malha de pirâmides aneladas. Essa era a forma das nuvens que vi pela manhã. Do meio da ponte, onde o horizonte se escancara. Foi de lá que entendi que as nuvens são o algodão doce do crepúsculo, por ele devoradas, carcomidas pelos seus dentes de magenta e ocre.