terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sobre os 33 mineiros


Do ventre materno viemos à luz por um buraco. No mundo passamos boa parte da vida conhecendo buracos. No fim escapamos pelo último buraco: o longo túnel que dá na outra luz. O buraco serve como uma metáfora – até carnal – da saída normal de todas as coisas. Seu componente simbólico vigora na contenção das potências - boas ou ruins -, embora contra ele já se tenham inventado a cesariana, o bacanal, o homem-bomba e este grande inconformado: o claustrofóbico.  

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pequena tese sobre André Breton


Embora Nadja não seja fruto da escrita automática, há uma boa dose de automatismo transmutada nos percursos ao acaso do casal por Paris. Esses passeios sem objetivo traduzem a deriva pelas palavras numa deriva pelas ruas. Assim como um texto automático rejeita quaisquer estruturas pré-ordenadas, Nadja revela uma feição anti-cartográfica que concreta a sopa de letras em uma aventura urbanística e arquitetônica.

E aproveito essa – mais uma – pequena tese para registrar um dos fragmentos mais singelos e marcantes que eu já li: ‘’Elle me dit son nom, celui qu’elle s’est choisi: << Nadja, parce qu’en russe c’est le commencement du mot esperance, et parce que ce n’en est que le commencement >>.’’

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010