sábado, 7 de novembro de 2009

Almoço, sábado

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Para ocupar o cinzeiro de um não-fumante, algumas espinhas de peixe. O gelo demais pula do copo para o prato com o auxílio de um garfo. Pobre do molho da moqueca.




Uma aranha à paisana entre o líquen usa suas patinhas como britadeira tateando a casca e descobrindo o caminho que só dá em mais árvore.



O chocolate derretido que escorre por entre as bolas de sorvete endurece como uma escultura cartográfica, de modo que, após comermos o sorvete, resta no fundo do pote o retrato tridimensional das rugas do sorvete, as cordilheiras do sorvete, a máscara mortuária do sorvete.

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