Nasceu um dedo no meu joelho. Não dei muita importância. Era inverno, eu usava calças, eventualmente ceroulas. Mantinha-o rente à perna. Depois veio a primavera e eu comecei a achar estranha essa história de ter um dedo no joelho. Eu queria usar bermuda e a vergonha impedia. Sim, era um dedo na íntegra, com articulações e unha. Seus movimentos eram controláveis, embora fossem lesados. Já estamos quase no outono. Nada de eu dar jeito nessa situação. Os japoneses virão atrás de mim pensando tratar-se de um truque da mecatrônica; os hindus julgar-me-ão deus; a Scientific American dedicará páginas em minha homenagem. Mas é uma coisa inútil. Nem de surubas eu participo para dar-lhe função. Talvez tocando piano. É, parece uma boa idéia. Seu apelido será nariz de Chopin.
draco dormiens
Há 15 anos
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